O rio de Deus transborda em água e fazeis brotar o trigo. Assim preparais a terra. O simbolismo deste rio é claro. De facto, assim fala o Profeta: Os braços dum rio alegram a cidade de Deus. E o próprio Senhor diz no Evangelho: Se alguém beber da água que Eu lhe der, hão-de brotar do seu coração rios de água viva que jorra para a vida eterna. E ainda: Se alguém acredita em Mim, como diz a Escritura, rios de água viva hão-de brotar do seu coração. Disse isto referindo-se ao Espírito Santo que haviam de receber os que acreditassem n’Ele. Portanto, este rio de Deus enche-se de água. De facto, o Espírito Santo inunda-nos com os seus dons e, por Ele, o rio de Deus, que brota daquela nascente de vida, derrama abundantemente sobre nós a água viva.
E temos também um alimento. Qual é este alimento? É certamente aquele que nos dá a comunhão com Deus pela comunhão do santo Corpo de Cristo e que nos há-de levar à comunhão da glória, onde reina já este santíssimo Corpo. É o que sugerem as palavras deste salmo que seguem: E fazeis brotar o trigo; assim preparais a terra; porque é este alimento que nos salva na vida presente e nos prepara para a vida futura.
Como é grande a alegria que experimentamos, nós que renascemos pelo sacramento do baptismo, quando começamos a sentir as primícias do Espírito Santo: a inteligência dos mistérios, a ciência das profecias, a palavra da sabedoria, a firmeza da esperança, o carisma das curas e o poder sobre o demónio!
Como gotas de orvalho, todos estes dons se vão infiltrando em nós pouco a pouco e a seu tempo produzem frutos abundantes.
Dos comentários de Santo Hilário, bispo, sobre os salmos
(Ps. 64, 14-15: CSEL 22, 245-246) (Sec. IV)
(Ps. 64, 14-15: CSEL 22, 245-246) (Sec. IV)
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