domingo, 31 de julho de 2016

Santo Afonso Maria de Ligório





Afonso de Ligório nasceu no dia 27 de setembro de 1696, no povoado de Marianela, em Nápoles, na Itália. Filho de pais cristãos, ricos e nobres que ao se depararem com sua inteligência privilegiada deram-lhe todas as condições e suporte para se tornar uma pessoa brilhante. 

Enquanto seu pai o preparava nos estudos acadêmicos e científicos, sua mãe se preocupava em educá-lo nos caminhos da fé e do Cristianismo. Ele cresceu um cristão fervoroso, músico, poeta, escritor e, com apenas dezesseis anos de idade, doutorou-se em direito civil e eclesiástico. Ele sempre foi muito prudente, atendia a todos, ricos ou pobres, com igual empenho. Era um advogado bem sucedido, mas em uma ocasião, por influência políticas desonestas, acabou perdendo uma importante causa. Após este acontecimento, decidiu abandonar tudo e seguir a vida religiosa. Ele concluiu os estudos de teologia, sendo ordenado sacerdote aos trinta anos, em 1726. Seu pai demorou a aceitar sua decisão, mas vendo as ações do filho, acabou reconhecendo a graça de Deus presente nele. Afonso colocou seus talentos a serviço do povo de Deus. Em suas pregações usava as qualidades da oratória e colocava sua ciência a serviço do Redentor.

As suas palavras eram um bálsamo aos que procuravam a reconciliação e orientação, através do confessionário, ministério ao qual se dedicou durante todo o seu apostolado. Aos que lhe perguntavam qual era seu lema, dizia: "Deus me enviou para evangelizar os pobres". Em 1732, fundou a Congregação do Santíssimo Redentor, destinada exclusivamente à pregação aos pobres, às regiões de população abandonada, sob a forma de missões e retiros. Em 1762 aceitou ser o Bispo da diocese de Santa Águeda dos Godos. Entretanto, a saúde enfrequecida o fez retirar-se de volta para o convento, onde continuou a escrever. Durante a vida chegou a escrever mais de 120 livros e tratados. Dentre os mais célebres estão: Teologia Moral; Glórias de Maria, Visitas ao SS. Sacramento e o Tratado sobre a oração. Afonso Maria de Ligório morreu aos noventa e um anos no dia 1º de agosto de 1787. Santo Afonso é doutor da Igreja e padroeiro dos confessores e moralistas.  


Ó Deus, que marcastes pela vossa doutrina a vida de Santo Afonso Maria de Ligório, concedei-nos, por sua intercessão, que sejamos fiéis à mesma doutrina, e a proclamemos em nossas ações. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Provai os espíritos a ver se são de Deus




Inácio gostava muito de ler livros mundanos e romances que narravam supostos feitos heróicos de homens ilustres. Assim que se sentiu melhor, pediu que lhe dessem alguns deles, para passar o tempo. Mas não se tendo encontrado naquela casa nenhum livro deste gênero, deram-lhe um que tinha por título A vida de Cristo e outro chamado Florilégio dos Santos, ambos escritos na língua pátria.

Com a leitura frequente desses livros, nasceu-lhe um certo gosto pelos fatos que eles narravam. Mas, quando deixava de lado essas leituras, entregava seu espírito a lembranças do que lera outrora; por vezes ficava absorto nas coisas do mundo, em que antes costumava pensar.

Em meio a tudo isto, estava a divina providência que, através dessas novas leituras, ia dissipando os outros pensamentos. Assim, ao ler a vida de Cristo nosso Senhor e dos santos, punha-se a pensar e a dizer consigo próprio: “E se eu fizesse o mesmo que fez São Francisco e o que fez São Domingos?” E refletia longamente em coisas como estas. Mas sobrevinham-lhe depois outros pensamentos vazios e mundanos, como acima se falou, que também se prolongavam por muito tempo. Permaneceu nesta alternância de pensamentos durante um tempo bastante longo.

Contudo, nestas considerações, havia uma diferença: quando se entretinha nos pensamentos mundanos, sentia imenso prazer; mas, ao deixá-los por cansaço, ficava triste e árido de espírito. Ao contrário, quando pensava em seguir os rigores praticados pelos santos, não apenas se enchia de satisfação, enquanto os revolvia no pensamento, mas também ficava alegre depois de os deixar.

No entanto, ele não percebia nem avaliava esta diferença, até o dia em que se lhe abriram os olhos da alma, e começou a admirar-se desta referida diferença. Compreendeu por experiência própria que um gênero de pensamentos lhe trazia tristeza, e o outro, alegria. Foi esta a primeira conclusão que tirou das coisas divinas. Mais tarde, quando fez os Exercícios Espirituais, começou tomando por base esta experiência, para compreender o que ensinou sobre o discernimento dos espíritos.


Da Narrativa autobiográfica de Santo Inácio, recolhida de viva voz pelo Padre Luís Gonçalves da Câmara (Cap.1,5-9:Acta Sanctorum Iulii,7 [1868],647) (Séc.XVI)

sábado, 30 de julho de 2016

Santo Inácio de Loyola


Iñigo Lopez de Loyola nasceu numa família cristã nobre e muito rica numa cidade na Espanha, em 1491. Foi educado com todo cuidado para se tornar um perfeito fidalgo. Cresceu apreciando os luxos da corte e era um ótimo cavaleiro.

Com 26 anos optou pela carreira militar, mas uma bala de canhão mudou sua vida. Ferido na perna esquerda, durante a defesa da cidade de Pamplona, ele ficou um longo tempo em convalescença. Nesse meio tempo trocou a leitura dos romances de guerra por livros sobre a vida dos santos e a Paixão de Cristo. E assim foi tocado pela Graça de Deus.

Quando ficou curado, trocou a vida de militar por uma vida de dedicação a Deus. Foi então à capela do santuário de Nossa Senhora de Montserrat, pendurou sua espada no altar e deu as costas ao mundo da corte e das pompas. A partir deste momento passou a ser chamado de Inácio.

Viveu como eremita e mendigo passando as mais duras necessidades. Ali preparou a base do seu livro mais importante: "Exercícios Espirituais".

Mudou-se para Paris, onde estudou filosofia e teologia. No ano de 1534 fundou a Companhia de Jesus junto com mais seis companheiros. Nascia assim os missionários jesuítas, que espalharam-se pelo mundo levando o Evangelho para os povos mais longínquos do planeta.

Inácio morreu no dia 31 de julho de 1556, em Roma, na Itália.  


Ó Pai, pela vossa misericórdia, Santo Inácio de Loyola anunciou as insondáveis riquezas de Cristo. Concedei-nos, por sua intercessão, crescer no vosso conhecimento e viver na vossa presença segundo o Evangelho, frutificando em boas obras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Tudo se faça para glória de Deus


Evita as artes mágicas e fala aos fiéis para se precaverem contra elas. Recomenda às minhas irmãs que amem o Senhor e que vivam contentes com os seus maridos nas coisas materiais e espirituais. Igualmente exorta os meus irmãos, em nome de Jesus Cristo, para que amem as suas esposas, como o Senhor ama a Igreja. Se alguém puder permanecer em castidade, para honrar a carne do Senhor, permaneça nela com humildade. Se se gloriar, perde-se; e se se julgar superior ao bispo, está perdido. Os que se casam, esposos e esposas, devem contrair o seu matrimónio com a aprovação do bispo, para que o seu casamento seja segundo o Senhor e não segundo a concupiscência. Tudo se faça para glória de Deus.

Prestai atenção ao bispo, para que também Deus vos preste atenção. Eu ofereço a minha vida por aqueles que se submetem ao bispo, aos presbíteros e aos diáconos; e oxalá me seja dado ter parte com eles em Deus. Colaborai intimamente uns com os outros: juntos lutai, correi, sofrei, descansai e levantai-vos, como administradores, assistentes e ministros de Deus. Procurai agradar Àquele sob cujas ordens militais e de quem recebeis a remuneração; e não haja entre vós nenhum desertor. Seja o vosso baptismo como um escudo, a fé como um capacete, a caridade como uma lança, a paciência como um arsenal de todas as armas; os vossos depósitos sejam as boas obras, para que possais receber a seu tempo a recompensa a que tendes direito. Sede magnânimos uns para com os outros, praticando a mansidão, para que o mesmo faça Deus convosco. Queira Deus que eu possa gozar para sempre da vossa presença.

A Igreja que está em Antioquia da Síria, segundo me disseram, goza de paz, graças às vossas orações; assim também eu me sinto agora mais tranquilo, com a segurança que vem de Deus, e o meu único desejo é chegar até junto de Deus através do martírio, para merecer ser vosso discípulo na ressurreição. Seria bom, ó Policarpo abençoado por Deus, convocar uma assembleia agradável a Deus e eleger alguém que seja digno de confiança e diligente, o qual possa ser chamado o «correio divino», e que ele tenha a honra de partir para a Síria, a fim de celebrar a vossa infatigável caridade para glória de Deus.

O cristão não é senhor de si, mas está ao serviço de Deus. Esta obra é de Deus e também é vossa, se a levardes a bom termo. Eu confio na graça e creio que estais dispostos a realizar a boa obra para honra de Deus. É breve esta minha carta de exortação, porque conheço o vosso ardente zelo pela verdade.

Como não pude escrever a todas as Igrejas, porque tive de partir improvisamente de Tróade para Nápoles da Macedónia, tu, que tens o pensamento de Deus, escreve a todas as Igrejas situadas a Oriente para que façam o mesmo. As que puderem, mandem mensageiros; as outras mandem cartas por meio de delegados que tu enviarás, e assim alcançareis glória eterna com esta obra, como bem mereceis.

Desejo que vos encontreis sempre bem, em Jesus Cristo nosso Deus, e por Ele permaneçais na unidade, sob a vigilância de Deus. Sede fortes no Senhor.


Da Carta de Santo Inácio de Antioquia, bispo e mártir, a Policarpo
(5, 1 – 8, 1.3: Funk 1, 249-253) (Sec. I)

sexta-feira, 29 de julho de 2016

São Pedro Crisólogo


O nome deste santo significa aquele que tem palavras de ouro. Pedro Crisólogo mereceu este nome pois era um grande pregador da palavra de Deus. Ele nasceu em Ímola, não muito distante de Roma, no ano 380.

Filho de pais cristãos, foi educado na fé e cedo ordenado diácono. Tornou-se um dos maiores pregadores da Igreja. Sua amizade com a família imperial auxiliou na sua ascensão ao episcopado. Foi o primeiro bispo ocidental da diocese de Ravena. Como bispo, nunca se preocupou com as aparências externas, mas dedicou tempo para o cuidado com o povo, sobretudo os mais necessitados.

Pedro Crisólogo escreveu no total cento e setenta e seis homilias de cunho popular, através dos quais dogmas e a liturgia eram explicados de forma simples, direta, objetiva e muito atrativa, proporcionando incontáveis conversões. Sua facilidade em pregar era tanta que com poucas palavras ele explicava as maiores verdades da fé.

Defendeu a autoridade do Papa, então Leão I, o Grande, sobre a questão monofisita, que pregava Cristo em uma só natureza. Esta heresia, vinda do Oriente foi resolvida nos Concílios de Éfeso e Calcedônia .

Pedro Crisólogo morreu na sua cidade natal em 451. 


São Pedro Crisólogo, que dominastes vossas paixões e vos agarrastes à fé em Jesus Cristo para conseguirdes perseverar nas virtudes que vos levaram à santidade, intercedei por nós para que também sejamos perseverantes e entusiasmados tal como o fostes, na exortação aos nossos irmãos que distantes se encontram da Verdade. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.