quinta-feira, 30 de junho de 2016

São Galo





Filho de pais nobres e ricos, Galo nasceu na França no ano 489. Na sua época era costume os pais combinarem os matrimônios dos filhos. Por isto, ele estava predestinado a se casar com uma jovem donzela de nobre estirpe. Mas Galo desde criança já havia dedicado sua alma à vida espiritual. Para não ter de obedecer à tradição social, ele fugiu de casa, refugiando-se num convento.


Ele era tão dedicado às cerimônias da Santa Missa que se especializou nos cânticos. Contam os escritos que, além do talento para a música, era também dotado de uma voz maravilhosa que encantava e atraía fiéis para ouvi-lo cantar no coro do convento.


Sua atuação religiosa fez dele uma pessoa querida. Foi designado para atuar na corte de Teodorico. Em 527, quando morreu o bispo Quinciano, Galo era tão querido e respeitado que o povo o elegeu para ocupar o posto.


Se não bastasse sua humildade, piedade e caridade, para atender às necessidades do seu rebanho Galo protagonizou vários prodígios ainda em vida. Salvou sua cidade de um pavoroso incêndio que ameaçava transformar em cinzas todas as construções locais e livrou os habitantes de morrerem vítimas de uma peste que assolava a região.


Ele morreu em 01 de julho de 554, causando forte comoção na população, que logo começou a invocá-lo como santo nas horas de dor e necessidade.




Deus Pai de bondade, que criaste o ser humano para a felicidade e o dispuseste para cantar o seu louvor, alcançai-nos, pela intercessão de São Galo, uma fé capaz de louvar-te e agradecer-te todos os dias de nossa vida. Por Cristo nosso Senhor. Amém.
 

Irei ao tabernáculo admirável


Como suspira o veado pelas correntes das águas, assim minha alma suspira por Vós, Senhor. Assim como aqueles veados suspiram pelas correntes das águas, também os nossos veados, ao fugirem do Egito e do mundo, aniquilaram nas águas do baptismo o Faraó com todo o seu exército. E depois de destruírem o poder do demónio, buscam as fontes da Igreja, que são o Pai e o Filho e o Espírito Santo.

Que o Pai seja fonte, está escrito em Jeremias: Abandonaram-Me a Mim, fonte de águas vivas, e escavaram para si cisternas, cisternas rotas que não podem conservar a água. Sobre o Filho, lemos noutro lugar: Abandonaram a fonte da sabedoria. Finalmente sobre o Espírito Santo: Se alguém beber da água que Eu lhe der, nascerá nele uma fonte de água que jorra para a vida eterna. E o Evangelista explica, logo a seguir, que as palavras do Salvador se referiam ao Espírito Santo. As passagens citadas provam claramente que as três fontes da Igreja são o mistério da Trindade.

Busca estas fontes a alma do crente, por elas suspira a alma do batizado, dizendo: A minha alma tem sede de Deus, fonte viva. Não se trata de um simples desejo de ver a Deus, mas de um desejo ardente, de uma sede abrasadora. Antes de receberem o baptismo, falavam uns com os outros e diziam: Quando irei contemplar a face de Deus? Agora conseguiram o que desejavam: vieram à presença de Deus, aproximaram-se do altar e do mistério do Salvador.

Admitidos a formar parte do Corpo de Cristo e regenerados na fonte da vida, podem dizer, cheios de confiança: Irei ao tabernáculo admirável, à casa de Deus. A casa de Deus é a Igreja, seu tabernáculo admirável, porque nele ressoam as vozes de louvor e de alegria, da multidão em festa. Vós que acabais de revestir-vos de Cristo e que, seguindo a nossa orientação, pela palavra de Deus fostes tirados do mar deste mundo como peixes com o anzol, dizei: Em nós mudou-se a ordem natural das coisas. Porque os peixes tirados do mar morrem; a nós, porém, os Apóstolos tiraram-nos do mar deste mundo e pescaram-nos para que passássemos da morte à vida. Enquanto vivíamos no mundo, os nossos olhos olhavam para o fundo do abismo e a nossa vida arrastava-se no pântano; mas depois que fomos tirados das ondas, começámos a ver o sol, começámos a contemplar a verdadeira luz e, inebriados de alegria, dissemos à nossa alma: Espera em Deus: ainda O hei de louvar, meu Salvador e meu Deus.    


Homilia de São Jerónimo, presbítero, aos neófitos, sobre o Salmo 41
(CCL 78, 542-544) (Sec. V)

quarta-feira, 29 de junho de 2016

São Marçal (Marcial)

 

São Marçal, o Padroeiro e Protetor dos Bombeiros, mais conhecido por São Marcial de Limoges, foi o grande apóstolo de Aquitânia, atribuindo-se também a fundação da Sede Episcopal de Limoges. Segundo São Gregório de Tours tudo isto se passa em pleno século III.


No entanto, algumas lendas giram à volta deste popular santo da região Limosina, nomeadamente a de ter pertencido aos setenta e dois discípulos de Cristo, assistindo ao milagre da multiplicação dos pães, ressurreição de Lázaro e foi ele quem segurou na toalha de Jesus, enquanto Este lavava os pés. Por tudo isto e por numerosos milagres atribuídos ao santo, Marcial tornou-se muito popular, tendo sido imediatamente canonizado pelo Vox Populi em pleno século VI.


Limoges resulta assim numa importante Sede Episcopal e o culto a São Marcial espalha-se por toda a Gália (atual território francês), chegando mesmo à Itália e Península Ibérica.
Consta-se que São Pedro terá batizado o santo e entregue o seu báculo a São Marcial, ao qual atribuíam poderes mágicos. Aliás, será este báculo a característica iconográfica mais visível na figuração escultórica do santo. Imagens e outras representações vulgarizam-se entre os séculos XII e XV e, muito provavelmente, será o fresco do palácio dos Papas de Avignon, onde o báculo de São Marcial ressuscita o Conde Sigiberto e extingue um incêndio, que originou a invocação do santo como Padroeiro e Protetor dos Bombeiros.


A festa a São Marcial é celebrada a 30 de Junho e de sete em sete anos as suas relíquias são solenemente veneradas e levadas em procissão na cidade de Limoges.

 

Bendito sejais, Senhor Deus de misericórdia, que no Vosso Filho nos destes um admirável exemplo de caridade e por Ele nos confiastes o mandamento do amor. Dignai-Vos, abençoar os nossos Bombeiros Voluntários, que se entregam generosamente ao auxilio dos irmãos e fazei que, nas necessidades urgentes, Vos sirvam fielmente na pessoa do próximo, com todo o seu coração e com todas as suas forças e, por intercessão de S. Marçal, sejam protegidos de todos os perigos que  a sua entrega acarreta. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho. Amém!